‘Eclipse’ decreta o fim da inocência na saga ‘Crepúsculo’
Terceiro filme inspirado na série de Stephenie Meyer estreia nesta quarta.
Disputa entre vampiro e lobisomen por mocinha injeta testosterona na trama.
Batalhas entre vampiros e lobisomens em cenas em que jorram sangue e cabeças são decepadas. Forte tensão sexual na disputa entre o vampiro Edward Cullen e o lobisomem Jacob Black pela mortal Bella Swan. “Eclipse”, terceiro filme da saga “Crepúsculo”, que estreia nesta quarta-feira (30), recebeu uma injeção de testosterona na adaptação do diretor David Slade.
Escrita em 2007 pela americana Stephenie Meyer – fenômeno literário com a série romântica que recolocou os vampiros na cultura pop – a trama gira em torno da escolha definitiva de Bella pelo amor de Edward. O que implica em abandonar a existência humana por uma eternidade ao lado do namorado morto-vivo.
Se em “Lua nova” (2009) o cineasta Chris Weitz já havia apresentado uma atmosfera menos ingênua que a que Catherine Hardwicke imprimiu a “Crepúsculo” (2008), nesta adaptação do terceiro volume do best-seller é decretado o fim da inocência e do amor platônico.
Diretor de videoclipes de bandas roqueiras como Muse e Stone Temple Pilots, e do terror “30 dias de noite”(2007), Slade acerta no tom angustiante e sombrio que agregra à história. Diferente dos dois primeiros filmes, nos quais a mocinha não titubearia na decisão de virar vampira para viver seu grande amor, em “Eclipse” a dúvida é constante.
A todo momento Bella é confrontada com os prazeres que perderá da vida de mortal: a velhice ao lado dos netos, os abraços quentes das pessoas que ama, a brisa no rosto num fim de tarde. E o assédio do lobisomem Jacob, moreno musculoso e tatuado que oferece uma paixão mais caliente que os carinhos gelados do parceiro de caninos afiados, abalam de vez as convicções da garota.
Triângulo amoroso pop
Bella e Edward são interpretados por Kristen Stewart e Robert Pattinson, atores pouco conhecidos em Hollywood até então. Desde a estreia “Crepúsculo”, a dupla forma o casal-sensação da vez – e as especulações sobre um romance na vida real só aumentam a idolatria dos fãs.
No entanto a presença agora mais significativa é a de Taylor Lautner, o lobisomem. Com o lançamento de “Eclipse”, o ator promete roubar parte dos flashes dos Stewart-Pattinson.
“Lobisomens são mais quentes”, debocha Jacob. “Ele sempre esquece de colocar uma camisa?”, ironiza Edward. São nas farpas entre os dois personagens que o filme encontra seus momentos de humor, em meio ao drama sobrenatural.
Virgindade
Bella tenta fugir da tentação do lobisomem sedutor, mas não se conforma com a conduta “à moda antiga” de Edward. O vampiro, conservador, insiste que a amada se mantenha virgem até o casamento.
Até a heroína da trama, que aparece bem mais libidinosa que nos longas anteriores, considera o ideal de “pureza” de Edward “arcaico”. Mas ainda assim, respeita e segue a vontade do vampiro bom-moço.
Na première do filme que o G1 acompanhou na segunda-feira (28), alguns adolescentes na sala de cinema davam risinhos debochados quando termos como “virgindade”, “se entregar” e “esperar o casamento” apareciam nos diálogos – reflexos dos valores religiosos de Stephenie Meyer, que segue a doutrina Mórmon.
O vale-tudo sobrenatural
A virilidade de lobisomens e vampiros não é posta a prova apenas no duelo amoroso entre Edward e Jacob. Há uma guerra prestes a acontecer em Forks – a cidade gelada na qual vivem os personagens da história.
Jovens recém-vampirizados em Seattle se preparam para invadir a região. O exército de chupadores de sangue é comandados pela vampira Victoria (Bryce Dallas Howard) – inimiga de Edward e Bella.
Boas cenas de luta entre lobisomens e vampiros, com efeitos especiais caprichados, fazem de “Eclipse” o melhor – e mais violento – filme da saga. É aí também que o diretor põe fim à inocência: diferente dos Cullen, que não consomem sangue humano, os novos vampiros adoram a iguaria e a obtém a custo de pescoços e costelas quebradas.
Com mais nitroglicerina e sensualidade, “Eclipse” deve agradar não apenas aos adeptos do fenômeno “Crepúsculo”. Mas tem potencial para chamar a atenção de quem gosta de cenas de ação e um clima quente entre jovens atores bonitos em evidência.
Fonte: G1
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